Por: Bráulio Wilker Silva

O PDCA, também conhecido como roda de Deming (em homenagem ao estatístico e “guru” da qualidade William Edward Deming) é uma metodologia de análise e solução de problemas.

A melhoria contínua é embasada em um modelo japonês denominado KAIZEN, filosofia principal da qualidade total, isto é, a ideia de busca contínua de melhorias em tudo o que é feito em uma organização. Significa melhoria gradual e contínua de todos os serviços e produtos tornando-os eficientes, mais econômicos e mais confiáveis.

O PDCA é o modelo de referencia para planos de melhoramento continuo adotados em muitas organizações. O PDCA são as iniciais das palavras inglesas plan, do, check, e action, que significam planejar, fazer, verificar e agir (corretivamente).





As quatro partes do PDCA são descritas a seguir:


PLANEJAR: “Não existe nada (nenhum processo) que não possa ser melhorado”. Na fase de planejamento do ciclo escolhe-se um processo ou problema a ser sanado. O processo escolhido pode ser uma atividade, linha de montagem, um método etc. Desenhamos o projeto e o estudamos por meio de técnicas de administração da produção. Estabelecemos padrões de medidas e metas quantitativas e qualitativas a serem alcançadas. Desenvolvemos um plano de ação com parâmetros quantificáveis de acompanhamento.

FAZER: Depois do plano de ação definido, cabe fazer com que ele aconteça na prática. É importante colher dados e medidas (“quem não mede não gerencia” ) continuamente, e documentar as mudanças no processo. Uma boa estratégia é escolher, na fase anterior de planejamento, processos e problemas fáceis de resolver. O sucesso das primeiras ações serve de treino e incentivo a equipe responsável.

VERIFICAR: Nessa fase são verificados os resultados práticos da implementação do plano. Se existirem grandes distorções para alcançar os resultados, pode ser necessário retorno a primeira fase e alterar ou refazer o plano inicial. Caso os resultados obtidos sejam satisfatórios, em relação às metas estabelecidas, o programa deve prosseguir para a próxima fase.

AGIR (CORRETIVAMENTE): comprovada a eficácia do plano implantado e adotado, é necessário torná-lo padrão na empresa. O novo procedimento é documentado para garantir que sempre seja utilizado, a partir de então e até que uma nova melhoria o modifique. Esta fase garante que as mudanças que resultaram em melhorias sejam internalizadas nos processos produtivos adotados pela empresa. Caso as mudanças não alcancem os resultados esperados, esta etapa envolve o retorno à situação anterior.

O PDCA pode ser aplicado em todas as áreas funcionais da organização ( produção, recursos humanos, marketing, finanças, entre outras), nas quais podem ser identificadas as funções da administração: planejamento, organização, controle e direção.


Referências
ALDAY,Herman E. Contreras. O planejamento estratégico dentro do conceito de administração estratégica. REV. FAE.Curitiba, v.3.n°2, p. 9-16. Maio/agosto 2000.

AMAZONAS, Breno de Andrade Costa et al. Gestão da qualidade total. Universidade Federal de Sergipe,2008

CARVALHO, Alex de Almeida. Planejamento Estratégico do macro processo do Inmetro. Universidade Federal Fluminense. Centro Tecnológico. Niterói 2006.

COELHO, Ana Flavia de Castro e João Batista Turrioni. Validação de Instrumentos para a Medição de práticas de gestão da qualidade em empresas certificadas ISO 9001. REVISTA P e D em Engenharia de Produção. N°8. (2008)p. 78-96.

COLTRO, Alex. Gestão da Qualidade Total e suas influências na competitividade empresarial. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, V.1, N°2, 1°semestre / 1996.

COSTA,Eliezer Arantes da. Gestão estratégica. Ed. Saraiva 2002

GRAEMI, Alexandre Reis e Jurandir Peinado. Administração da Produção — Operações industriais e de serviços. UNICENP, 2007, Curitiba.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing – Análise, Planejamento, Implementação e Controle. 4° edição, 1996, Ed. Atlas.

LONGO, Rose Mary Juliano. Gestão da Qualidade: Evolução Histórica, Conceitos Básicos e Aplicação na Educação. IPEA. Brasília, Jan. 1996.

MAYER, Miriam G., Princípios da qualidade com base na NBR ISO 9000. UNIUV.

MCT, FINEP,PADCT. Estudo da competitividade da indústria brasileira. Competitividade no setor de bens eletrônicos de consumo.1993.

SEBRAE .Manual de ferramentas para a qualidade. Agosto,2005.

STADLER, Humberto. Estratégias para a Qualidade: O momento humano e o momento tecnológico. Curitiba Ed. Juruá, 2006.

WALTON, Mary. O método Deming de Administração. Ed. Marques – Saraiva 1989


Licença Creative Commons
Melhoria contínua e o ciclo PDCA de Bráulio Wilker Silva está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.