Por: Bráulio Wilker

O Planejamento Estratégico pode ajudar as empresas a diminuir os riscos que seus produtos podem sofrer durante o desenvolvimento e colocação no mercado. Para isso, faz-se necessário a implementação de critérios de tomada de decisão e ferramentas que permitam às organizações o sucesso de seus produtos. Planejamento é essencial em qualquer organização. Planejamento estratégico é a análise do ambiente (interno e externo) organizacional, a partir da qual são determinadas as ações empresariais posteriores. A ação e a tomada de decisões devem ser embasadas em fatos e dados.


 A análise do ambiente organizacional divide-se em ambiente externo e ambiente interno. Na análise do ambiente interno verificamos a capacidade da organização de colocar em prática pontos fortes e minimizar os pontos fracos. Na análise do ambiente externo a empresa verifica o grau de influencia de elementos como sindicatos, bancos, governo, fornecedores, clientes, etc. Outros elementos influenciadores do sucesso ou fracasso de uma empresa são os DE AÇÃO DIRETA (que a empresa pode se preparar para gerenciar), como seu quadro de pessoal, e as variáveis DE AÇÃO INDIRETA (que afetam a organização, mas que as empresas não podem atuar), como as condições políticas, tecnológicas, sociais e econômicas.

O objetivo do planejamento estratégico, além de reduzir riscos e aumentar as chances da organização no sucesso do produto, é obter vantagem competitiva. Esta nada mais é que a supremacia da empresa sobre as concorrentes que pode se dar nos seguintes âmbitos:

• Participação global no mercado;
 • Num segmento de clientes;
• Numa região;
 • Num nicho de mercado;
 • No valor percebido;
• No atendimento; e
 • No custo etc.

A organização em busca de vantagem competitiva pode valer-se de três estratégias genéricas. São elas: diferenciação, liderança no custo total e enfoque. Na DIFERENCIAÇÃO, a organização busca criar algo único no âmbito de uma determinada indústria e pode valer-se de fidelização dos clientes para isolar as empresas concorrentes. Na LIDERANÇA DE CUSTO a organização centra-se no controle de custos. Por fim, no ENFOQUE a empresa determina seu mercado-alvo sobre o qual atuará e fixará sua estratégia competitiva. As industrias, durante o desenvolvimento e lançamento do produto no mercado pode utilizar as seguintes estratégias para reduzir riscos:

 A. Funil de decisões;
B. Análise da função de marketing; e
C. Análise da função de produção. 

 A) Funil de decisões: consiste em escolhermos a melhor alternativa entre todas as alternativas possíveis para o desenvolvimento de produtos. Decisões acertadas dependem diretamente das análises dos ambientes internos e externos das organizações, voltadas principalmente para os seguintes pontos:

• Aspectos organizacionais;
• Abrangência dos processos;
• Níveis de controle e avaliação;
• Critérios de avaliação;
• Função a serem analisadas; e
• Obtenção das informações.

B) Análise da função de marketing. A organização, para obter o desenvolvimento de novos produtos, pode fazer a análise da função de marketing que compreende os seguintes itens:

 a) Sistemas de distribuição: corpo de vendas, distribuidores, capacidade de escoamento dos canais de distribuição, etc.
 b) Produtos: qualidade, embalagem, marca transporte, promoção, etc.
c) Pesquisa de mercado: demanda necessidades dos clientes, estimativas de colocação no mercado, etc.
 d) Força das vendas: números e dados referentes às vendas.
e) Novos bens e serviços: modo como são idealizados, selecionados e lançados no mercado.
 f) Promoção e propaganda: considera o orçamento destinado a divulgação e promoção dos produtos, escolha da mídia.
 g) Políticas mercadológicas: estabelecimento de preços, descontos, etc.
h) Departamento de marketing: análise de distribuição de tarefas, responsabilidades, capacitação de pessoal e interação com os demais departamentos.
 i) Serviços fornecidos: modo de fornecimento e abordagem voltada para o cliente, promoção e avaliação dos serviços.

 C) Análise da função de produção. Envolve desde características do sistema produtivo e instalações industriais até a entrega do produto acabado. São considerados os seguintes itens:

 a) Instalação industrial;
 b) Equipamentos e instalações;
c) Processo produtivo;
d) Programação e controle da produção;
 e) Qualidade;
 f) Sistema de custos;
 g) Pesquisa e desenvolvimento;
h) Suprimentos;
i) Organização da fábrica; e
 j) Produção dos serviços.

 Além do exposto acima, o planejamento estratégico pode ajudar as empresas a vencer a competição industrial que ocorre nos seguintes níveis:

1. Barreiras para a entrada no mercado;
 2. Concorrentes;
3. Poder de barganha dos consumidores;
4. Produtos substitutos;
5. Poder de barganha dos fornecedores;



Referências:

ALDAY,Herman E. Contreras. O planejamento estratégico dentro do conceito de administração estratégica. REV. FAE.Curitiba, v.3.n°2, p. 9-16. Maio/agosto 2000.

AMAZONAS, Breno de Andrade Costa et al. Gestão da qualidade total. Universidade Federal de Sergipe,2008

CARVALHO, Alex de Almeida. Planejamento Estratégico do macro processo do Inmetro. Universidade Federal Fluminense. Centro Tecnológico. Niterói 2006.

COELHO, Ana Flavia de Castro e João Batista Turrioni. Validação de Instrumentos para a Medição de práticas de gestão da qualidade em empresas certificadas ISO 9001. REVISTA P e D em Engenharia de Produção. N°8. (2008)p. 78-96.

COLTRO, Alex. Gestão da Qualidade Total e suas influências na competitividade empresarial. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, V.1, N°2, 1°semestre / 1996.

COSTA,Eliezer Arantes da. Gestão estratégica. Ed. Saraiva 2002

GRAEMI, Alexandre Reis e Jurandir Peinado. Administração da Produção — Operações industriais e de serviços. UNICENP, 2007, Curitiba.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing – Análise, Planejamento, Implementação e Controle. 4° edição, 1996, Ed. Atlas.

LONGO, Rose Mary Juliano. Gestão da Qualidade: Evolução Histórica, Conceitos Básicos e Aplicação na Educação. IPEA. Brasília, Jan. 1996.

MAYER, Miriam G., Princípios da qualidade com base na NBR ISO 9000. UNIUV.

MCT, FINEP,PADCT. Estudo da competitividade da indústria brasileira. Competitividade no setor de bens eletrônicos de consumo.1993.

PAULA, Alessandra de e Robson Seleme. Projeto de Produto. Ed.IBPEX, 2006, Curitiba.

SEBRAE .Manual de ferramentas para a qualidade. Agosto,2005.

STADLER, Humberto e Robson Seleme. Controle da Qualidade. Ed.IBPEX, Curitiba, 2008.

STADLER, Humberto. Estratégias para a qualidade: O momento humano e o momento tecnológico. Curitiba, Ed. Juruá, 2006.

WALTON, Mary. O método Deming de Administração. Ed. Marques – Saraiva 1989.